A espingarda automática G3, ou a despedida sentida a uma amiga que aquartelamento
se tornou inseparável nos bons e maus momentos durante o tempo da
minha permanencia nas forças armadas no século passado, da minha e dos
dos outros camaradas.
No outro dia um camarada teceu vários elogios à minha amiga e eu
fiquei a pensar que ela saltou a cerca e foi ter com outro. Aquilo fez-me moça,
mas de repente lembrei-me que ela tem muitas irmãs e eram todas gémeas, e
ai fiquei mas sossegado. Agora ela está de partida, vou-lhe ficar eternamente
grato, foi uma companheira inseparável nos bons e nos maus momentos, sempre
pronta acompanhou-me em todos os exercicios, fossem eles na mata ou no aquartelamento.
Dormimos muitas vezes muito juntinhos ao relento em Moçambique, acomodados
no meio do capim. muitas delas vão para outras guerras, outras serão desmntadas
e as suas partes guardadas em caixotes nalgum armazém ou armeiro, outras, com
melhor sorte, irão ser recolhidas em casas luxuosas a que chamamos museus e ai
permanecerão para sempre, para serem visitadas por nossos netos e bisnetos e
tomarem conhecimento com elas foram importantes para muitos no século XX.
Até sempre companheira.
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